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Lula e sua caravana iram percorrer 25 cidades do nordeste nos próximos dias

Com seis ações penais e uma condenação na bagagem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca hoje para a sua peregrinação por nove estados do Nordeste em uma espécie de reedição das “Caravanas da Cidadania”, que embalaram a sua campanha para a presidência da República na década de 90. Como na viagem de 24 anos atrás, Lula pega a estrada nessa quinta (a bordo de um ônibus que deve percorrer cerca de 4 mil quilômetros) com um objetivo claro: consolidar seu capital político.

Se na primeira caravana, a peregrinação tinha um peso estritamente eleitoral, agora, o foco é garantir sua sobrevivência política (e jurídica) até 2018. “Hoje há muito mais um movimento defensivo de Lula procurando recompor minimamente suas bases”, afirma Milton Lahuerta, coordenador do Laboratório de Política e Governo da Unesp.

O Nordeste que recebe Lula a partir desta quinta até o próximo dia 5 de setembro ainda oferece as maiores taxas de intenção de voto para o ex-presidente. Mas também é o Nordeste onde o número de prefeituras comandadas pelo PT caiu quase pela metade nas eleições do ano passado – mesmo com Lula no palanque em alguns casos.

Das 25 cidades que serão visitadas por Lula nos próximos 20 dias, apenas 14 são governadas por aliados do petista — e a maior parte delas é de pequeno porte. Há relatos até de ameaças a quem se propôs organizar honrarias ao ex-presidente. O fato é que o clima nas estradas e nas ruas do Nordeste nos próximos dias será fundamental para determinar a estratégia de Lula e do PT para o próximo pleito. No mínimo, a expectativa entre os lulistas é de que a viagem que começa hoje em Salvador (BA) renda mais espólio político para constranger eventuais avanços da Justiça contra o ex-presidente e, se necessário, para ser transferido a um eventual herdeiro. Ou no melhor dos mundos, que o deixe em melhores condições para a campanha de 2018.

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