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Mulher de terrorista do Estado Islâmico, tinha filhos para serem terroristas

Tania Choudhury, britânica de 33 anos, apaixonou-se por um terrorista islâmico, teve quatro filhos e fugiu com a família para a Síria para combater pelo Estado Islâmico. A revista “The Atlantic” entrevistou uma das mais proeminentes jiadistas britânicas, que confessou ter tido filhos com o único propósito de fornecer combatentes aos Estado Islâmico. Tania Choudhury casou um extremista islâmico, viveu nos EUA e foi para a Síria, onde se juntou ao grupo terrorista. Agora, reconstruiu a vida nos EUA e conta toda a história da sua radicalização.

Tania é muçulmana e vivia com a família em Londres. Devido à sua religião e cor de pele sofreu ao longo dos anos vários ataques racistas, o que espoletou o ódio e a radicalizou. “Nós tínhamos vizinhos muito maus. Eles partiam as nossas janelas e, no geral, eu sentia-me uma estranha”, diz. “Estava à procura duma forma de retaliar”, contou à revista “The Atlantic”.

“Tinha 17 anos, quando vi as torres [do World Trade Center] caírem e fui para a escola no dia a seguir. Quando cheguei, comentei com a minha amiga: não é terrível o que aconteceu? Ela respondeu-me: de certeza que pensas isso?”, diz Tania. “Nesse momento, decidi tornar-me uma jiadista ativa”.

Com o passar do tempo, Tania inscreveu-se num site de encontros amorosos entre muçulmanos e conheceu o futuro marido. John Georgelas era um americano do Texas, que provinha duma família rica cristã e teve uma adolescência rebelde. Converteu-se ao Islão pouco tempo depois do ataque terrorista de 11 de Setembro, tornando-se numa das figuras mais relevantes do Estado Islâmico nos dias de hoje.

O casal acabou por se apaixonar através de várias conversas na Internet sobre a jiad e sobre o futuro que poderiam criar em conjunto. Um mês depois de se terem conhecido online e apaixonado, John voou até Londres e, três dias depois de se terem conhecido pessoalmente, casaram numa cerimónia muçulmana e foram viver no Texas. A partir daí, nem tudo na vida de Tania eram decisões fáceis. No dia em que decidiu deixar de usar roupas que tapassem o corpo todo, John ficou aborrecido e convidou-a a deixar a América para se juntar aos talibãs nigerianos, que mais tarde deram origem ao Boko Haram. Ela recusou.

Filhos terroristas

Para além das ambições de Tania em se tornar uma bomba suicida, o sonho de ambos era criar uma família para que os filhos se tornassem terroristas. “Eu tinha os meus filhos por uma razão apenas, e essa razão era para que pudessem servir Deus como muçulmanos combatentes”, garantiu Tania à “The Atlantic”.

“Os nossos sonhos eram ter uma terra nossa, criar uma família e treinar os filhos para ser assassinos, soldados e eventualmente puderem juntar-se à jiad”

Na altura em que tinham três filhos e Tania estava grávida do quarto, John decidiu que queria juntar-se ao Estado Islâmico na Síria. “John queria ir para a Síria e eu disse-lhe que ainda não estava pronta, enquanto as crianças eram pequenas”, refere Tania. Em agosto de 2013, a família acabou por viajar até à Siría e arranjar casa na cidade de A’zaz.

Regresso a casa

Alguns meses depois, Tania e os filhos ficaram doentes e ela decidiu que queria voltar para o Texas. John acabou por aceitar a sua decisão e os seus pais ajudaram-na e às crianças a ter uma passagem segura pela Turquia, até Plano, EUA, onde vive neste momento. Atualmente, Tania está divorciada de John e, apesar de ainda nutrir sentimentos pelo ex-marido, já tem uma nova vida com um americano cristão. Hoje em dia, John Georgelas vive em Raqa, na Síria, e é o responsável pelas revistas do Estado Islâmico, assim como por alguns grupos de propaganda às atividades do grupo terrorista.

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